Ainda te tenho, mas não sei exatamente quanto tenho
de ti.
Já tive mais, porém, o mais que tive, pareceu-me
tão pouco.
Olhando, atentamente, percebo que já tive muito,
mas nem sempre foi bem aproveitado.
Você limita-me. Em você, conto meu início e sei
que, um dia, por você, meu fim será marcado.
Passou... passou e não voltará mais.
Passa. E, a cada instante que fico aqui, escrevendo
essas palavras, você passa.
Não espera, não para. Não aguarda ao menos eu
terminar de escrever.
Quanto egoísmo, quanta prepotência, quanta maldade.
Sim, você é mau, muito mau.
Não é capaz de, em um momento de misericórdia,
parar.
Simplesmente, parar, possibilitando que eu organize
as coisas, coloque tudo em ordem.
Diante disso, pergunto-me: como alguns dizem que
você faz bem?
Isso deve ser por tudo que nos ensina.
De algum modo, agora, gosto um pouco mais de
você.
Afinal, você é refém de si mesmo.
Limitado as suas próprias limitações.
Preciso parar por aqui.
Já lhe perdi muito e ainda quero aproveitar, de
forma saudável, o que me resta de você.
Autoria: Rafael Silveira
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