segunda-feira, 20 de maio de 2019

Vanitas vanitatum et omnia Vanitas





Os dias estão estranhos.

Não consigo visualizar o destino dos meus dias.
Vivo segundo após segundo, sem segundas intenções.
Minha percepção traz uma imagem passiva, cada dia menos reativa.
A fadiga da alma reflete sobre o corpo que não anima-se, ainda que improdutivo está sempre esgotado.

Como uma chama extinguindo, assim vejo os dias passando.
Inerte aguardo o destino que não conheço.
Sinto-me preso a uma vida alheia, temendo o que possa vir.
O desespero ainda que controlável, clama pelo descontrole.

O cheiro da morte é cada vez mais intenso, não reconheço se vem de mim ou dos que amo.
Sou incapaz de protegê-los, espero que me perdoem. 
Não posso deter a dama que se aproxima, vestida de preto e com requintes de sofrimento.
Muitos sabem quando estão prestes a ter esse encontro, mas nunca estamos preparados.

Enquanto isso, em busca de alguma esperança me deparo com o ódio, massacre, orgulho e ignorância.
Poucas e cada vez mais raras são as fontes de alívio.
Sigo em frente, aos gritos, embora eles ecoem para dentro.
Não estou surdo, apenas não os compreendo.

O desejo de mudar permanece, mas nasce improdutivo.
Imerso no caos interno e externo, o que vejo é resumido a uma palavra:
VAIDADE.

Tudo que o percebo me soa como vaidade.
Vaidade de falar, a vaidade de estar certo, a vaidade de ter algo a mostrar, a vaidade de defender, a vaidade ser feliz.

Lembro-me do sábio, tudo é vaidade.

A vaidade de odiar, 
A vaidade de amar, 
A vaidade de fazer, 
A vaidade de parar, 
A vaidade de viver, 
A vaidade...

Por fim, em tudo há vaidade.

Autoria: Rafael Silveira


Esse post foi patrocinado por:






Acompanhe-nos nas redes sociais:
Twitter: @viajandonpensar

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Onde você está?

  Onde está você? Tudo está meio bagunçado por aqui Eu realmente estou precisando de você Andei te procurando, mas não encontrei Me lembro d...