Estamos em uma crise impossível de ser mensurada.
Ela envolve não apenas as questões de economia, política e moral.
Vivemos o colapso da humanidade.
Basta alguns minutos nas redes sociais ou em uma roda de amigos, com apenas um pouco de percepção, para vislumbrar a catástrofe.
Não há mais sinais de esperança sadia.
Não há mais respeito ao alheio.
Não há mais humanidade no humano.
As pessoas não conhecem a diferença entre discordar e afrontar.
Destila-se o ódio a tudo e todos.
Todos são donos da razão, mesmo sem razão alguma.
Há uma fome por justiça, mas só se aplicada aos outros.
A hipocrisia tomou conta dos corações.
Ama-se o discurso contra corrupção, enquanto flertam com o troco incorreto, o gato na luz ou água, o adultério, a mentira e de tudo o mais que possibilite vantagem sobre outrem.
Enquanto isso, nossas crianças crescem diante um show dantesco.
Enquanto isso, estamos formando adultos que aprendem a combater o mal com mal, sem importar-se com as consequências. E como se importarão, se não há quem com eles se importe?
Infelizmente, a mudança realmente necessária está cada dia mais distante, pois insistimos em depositar no outro a responsabilidade de mudar. Desejamos que seja imediato e que tenha apenas um responsável.
Em outras palavras, por não encontrar Deus nos homens, há quem crie um deus para si. Todavia não nota criar um deus da guerra.
Que possamos passar a exigir a justiça, primeiramente de nós, em nós e para nós, para somente depois começarmos a cobrar o próximo.
Autoria: Rafael Silveira
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